Prosa-Portugues

Acordo de mim a pensar: Será inalcansável ser constante? Tudo o que me enche a alma, não consegue sequer conciliar com o coração, mantendo a doente analogia: O que uma me dá, a outra não me faz sentir. Nunca um olhar refletiu tão lúcida a minha imagem Em seu acolho nada me diz aquilo que eu não quero ouvir QUERO PODER SER QUERO PODER QUERER SER...

Ela deixou-me. Não consigo entender porquê. Há tanto tempo que morávamos juntos e, sem qualquer explicação, foi-se embora. Ela quis ir embora. Eu tentei impedi-la mas como podia, de facto, para-la? Ela é um pássaro livre, eu estou amarrado ao chão. Por ser humano e por ter que obedecer às leis da física. Não posso voar porque não me deixas. -Porque vais? Onde vais? E tu,silenciosa, saíste aos poucos de dentro de mim. Nem uma única palavra, uma desculpa esfarrapada, pelas quais as pessoas são tão bem conhecidas. Mas a mim qualquer coisa bastava. Simplesme

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, já dizia um grande poeta português. Eu agora diria antes que apenas mudaram-se as vontades, pois os tempos são os mesmos. E nestes tempos que decorrem, ainda mais isto se torna verdade. Não se pode querer tudo e deixar o materialismo de lado é fundamental. Este é um dos ensinamentos do Criador. Deixar as coisas materiais de lado e dar mais atenção às coisas do domínio espiritual. Devemos fazer como os apóstolos de Jesus. Deixar tudo para trás e segui-Lo, mesmo que o que se esteja a deixar para trás seja algo de muito importante na nossa

Vias estancadas de pistões rugidores, alvéolos civis e ossos ferrugentos. Esgotos caídos no ventre das urbes rogadas pelas praias acidulantes, nuvens Chernobylianas que chovem em meia-vida, galhos de cobre e os encantos do inferno nos becos fugitivos dos gamas. Os hominídeos já consumiram todos os que praguejavam, tudo o que se movia por sangue e as menos podres presas. Os prédios se rangem como galhos entrelaçados e tremulam no abrir dos fornos fabris. A velocidade abateu o existencial juvenil. As rodas se fundiram ao passado. Um passado que somente vive nos fogaréus de livros, nos museus engolidos pel